sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A calçada era gasta e fria na água que lhe escorria para dentro.
A noite não anunciava nada mais que o barulho dos carros apressados contra os passeios. E uma velha passou… mas ficou aqui, presa na textura textual dos seus cabelos já fracos pela cor que lhe cai bem. Escorria-lhe na garganta o sabor áspero do tempo. A cortiça estanque assim ficou e com pouca nostalgia era lembrada na cor rubi que se aninhava no estômago. Batem ás portas da memória…agora que já não morava lá ninguém que atendesse o ruído.
E as mulheres passam bonitas como pérolas num reles fio de côco… frias, cruas, inquietas…convite perfeito à clavícula instável na ponta dos ossos que estalam a incentivar o músculo ao pecado.
Sinto-me leve como as folhas de Outono que caem e…fico assim…colada a ti, calçada fria e gasta.




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