Militante do esquecimento
Perpetua a propaganda
Marcha no tempo cruel
Sem fé nem aliança.
Passa de língua enrolada
Olhos vazios, em loucura
Esconde a névoa anunciada
Nesta noite de amargura.
Vocifera em surdina
As raivas que leva dentro
Queixumes e cobardias
Nem as quer o vento.
Pára de dedo esticado
Apontado o infinito
O éter imobilizado
Preenche mais um vazio.
Cambaleia na sujidade
Perfumando a rua deserta
Não haveria novidade
Não fosse ele poeta.
Sem propósito ou vontade
Apenas as folhas o seguem
A dor e a verdade
Moradia lhe concebem.
Desaparece sem rasto
Atrás do que não vê
O inferno é a eternidade
E ele morre outra vez.
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